Sinceramente não acredito nessa possibilidade.
O velho Sr. Hermes (meu avô - in memorian), me ensinou em um dos seus conselhos que "árvore boa é aquela que nos dá frutos. Mas também, tem que ter sombra".
Diante dos últimos acontecimentos eleitorais, onde o rosalbismo (grupo político liderado pelo ex-deputado Carlos Augusto e a governadora Rosalba Ciarlini) foi traído pelo Senador José Agripino e impedido de disputar a reeleição ao governo do Estado e o sandrismo (grupo liderado pela deputada Sandra Rosado e o ex-deputado Laíre Rosado) foi derrotado nas urnas. Ambos os grupos, estarão sem nenhum mandato eletivo a partir de 2015.
Muito se tem falado na possibilidade da união política dos eternos rivais, tudo por uma questão de sobrevivência dos grupos. Vamos tentar fazer algumas análises:
1) O que um grupo derrotado iria ajudar ao outro grupo derrotado? E como se daria essa ajuda?
2) Quais os frutos e sombras que um grupo teria para oferecer ao outro?
3) Será que o povo mossoroense (que claramente disse "não" ao acordão de Henrique - e que tinha como base em Mossoró o sandrismo) vai aceitar esse novo acordão?
4) O rosalbismo iria correr o risco de perder uma eleição majoritária dentro de seu único reduto eleitoral?
5) Iria o rosalbismo disputar uma eleição sendo adversário ao governador Robinson Faria?
6) Onde ficaria a ex-prefeita Fafá Rosado e o deputado Leonardo?
Vamos tentar encontrar as respostas às perguntas acima:
O sandrismo foi o grupo político mais derrotado no ano de 2014. Vale lembrar que perdeu duas eleições (a primeira, com a eleição suplementar - onde a deputada Larissa Rosado perdeu sua quarta eleição consecutiva ao executivo municipal, e por último, nas eleições gerais de outubro - onde perderam seus mandatos). Além disso, com a intervenção judicial na CSDR, o grupo perdeu sua principal fonte de renda. Fala-se muito nas dificuldades financeiras para manter o seu complexo de mídia. Portanto, não consigo ver o que o sandrismo poderia somar ao rosalbismo. Não vejo quais os frutos que o sandrismo poderia colocar em uma mesa de negociação com o rosalbismo.
Diante dos últimos acontecimentos eleitorais, o povo mossoroense não caiu nessa de acordão político onde a busca pelo poder ultrapassou todos os interesses. Iria o povo mossoroense aceitar esse? Tenho minhas dúvidas.
A governadora Rosalba Ciarlini encontra-se inelegível e mesmo sendo uma força política inquestionável dentro de Mossoró não precisa se unir ao grupo derrotado nas eleições de 2014 para se manter viva politicamente. Seria totalmente desnecessário essa (IN)possível união com o sandrismo.
O PMDB, da ex-prefeita Fafá Rosado, já ensaia uma reaproximação com o prefeito Francisco José Júnior. O partido fará parte da base governista e a partir de 2015 estará de braços dados com o prefeito. E certamente teremos essa realidade para as eleições de 2016.
Carlos Augusto sabe muito bem que o caminho mais curto e forte para derrubar José Agripino é enfrentá-lo, rumo ao Senado Federal, em 2018. E para Rosalba ter forças suficiente para derrotar José Agripino, ela vai precisar do apoio do governador Robinson Faria (que tem como principal aliado em Mossoró o prefeito Francisco José Júnior). Diante disso, não acredito que Rosalba (leia-se, Carlos Augusto) vá se indispor com o prefeito Francisco José e muito menos com o governador Robinson Faria.
Na minha humilde análise política, o único beneficiado com esse (IN)possível acordão rosado seria o sandrismo. Para esse grupo seria sim uma questão de sobrevivência. Já para o rosalbismo, que tem seus olhares voltados para 2018, não tem nenhuma serventia.
Como diria meu sábio avô, "árvore que não tem frutos nem sombra, a gente corta e planta outra no lugar".
Aguardemos os próximos capítulos.

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